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Como é que os influencers podem proteger a sua saúde mental?

Martin Trauzold
Martin Trauzold
Última atualização fevereiro 9, 2021 11 Minutos de leitura
Como é que os influencers podem proteger a sua saúde mental?

Joshua Rondeau

Alguma vez se viu num eterno “scroll” pelo Instagram, enquanto evita aquilo que tem para fazer? Não é o único. Trabalhar sozinho como influencer e construir um negócio sem um caminho definido nem sempre é fácil.

Imaginemos este cenário: está a ter um dia difícil e pouco produtivo, entra numa das suas aplicações e vê alguém a alcançar o mesmo objetivo que o seu. Porque é que se sente tão estagnado?

Um dos melhores aspetos das redes sociais é o incentivo e visibilidade que estão a dar à saúde mental. Podem ser uma ferramenta poderosa e educativa que une todos aqueles que enfrentam os mesmos problemas.

Neste sentido, vamos falar sobre os três problemas mais habituais dos influencers em 2020 e dar-lhe dicas para o ajudar a proteger a sua saúde mental. O importante é reconhecer que pode precisar de estratégias contínuas. O final do seu percurso não tem data marcada, e vão existir dias em que se sente mais desafiado do que outros.

Também pode ser difícil reconhecer os sinais. Pode haver um dia em que se sinta motivado a começar a vender filtros para fotografias. Contudo, descarta a ideia e sente-se completamente inútil na semana seguinte.

O que acontece a seguir? Acaba por sentir-se ainda pior e nunca mais voltar a dar uma oportunidade a essa ideia.

Não perca a esperança. Juntámos todos os livros, podcasts e contas que deve seguir para ver a vida de uma forma mais positiva. Escreva os nomes aqui mencionados na sua aplicação de podcasts para obter doses de conhecimento adicionais.

Comparação

Sintomas – O interminável “scroll” pelo Instagram e o sentimento de derrota que tem quando outro influencer ganha o contrato de um livro. Acaba por ficar triste, em vez de se sentir inspirado pelo êxito dos outros.

Pessoas que deve seguir – Precisa do feed de Lucy Sheridan na sua vida. Ela é a primeira e única “coach de comparação” que o pode ajudar a lidar com o comportamento de autossabotagem causado pelas redes sociais.

Seguir outras pessoas nas redes sociais por ódio ou agarrar-se a ideais inalcançáveis pode ser extremamente prejudicial para o seu crescimento pessoal.

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É possível identificar-se com a Lucy em todas as suas publicações. Além disso, explica que as redes sociais são uma espécie de “Las Vegas” das comparações: primeiro, porque podem ser usadas a qualquer hora; segundo, porque existe sempre alguma coisa que pode desencadear uma reação negativa em nós e, eventualmente, deixar-nos em baixo.

Além disso, pode nunca vir a saber a história completa por trás daquilo que aparece no seu feed. Um bom exemplo: aquele influencer pode ter sido rejeitado umas 30 vezes antes de conseguir o contrato para o livro.

É importante relembrar-se de que as pessoas têm sempre tendência a publicar os seus pontos altos, em vez das pedras que lhes surgem no caminho. Além disso, pode nunca vir a saber o verdadeiro contexto dos acontecimentos.

Dicas – Não tente fingir que não está a acontecer. Reconheça os pensamentos, deixe de seguir as contas que o fazem voltar ao negativismo e reflita sobre o que realmente quer da vida.

Faça um questionário para descobrir os seus próprios termos de comparação, antes de descobrir como pode traçar os seus objetivos e trabalhar para os alcançar.

Recursos – O livro “The Comparison Cure” de Lucy Sheridan. Ouvir entrevistas com empreendedores, em programas como o “In Good Company”, ajudá-lo-á a lembrar-se de que a maioria dos percursos profissionais tem sempre os seus percalços.

Procrastinação

Sintomas – Este pode ser um resultado direto da comparação. Até pode ter planeado criar um curso, organizar um evento ou gravar algo criativo para o IGTV mas, em vez disso, acaba por desperdiçar várias horas no Twitter a ver memes. Sente-se pior por isso, mas no dia seguinte repete o ciclo. É uma decisão intencional que pode rapidamente tornar-se num hábito.

Pessoas que deve seguir – Felizmente, existe uma solução! O cientista comportamental Nir Eyal ajudou a inventar a tecnologia que nos torna “viciados”, fazendo com que associemos determinados produtos a estímulos internos. Agora é ele quem nos ensina a quebrar este hábito, gerir os tais estímulos e alcançar os nossos objetivos.

DicasO fundamental é evitar distrações, bem como analisar e descobrir o que nos leva realizar, continuamente, ações que vão contra os nossos interesses. Isto pode passar por fazer o download de uma aplicação como a “Self Control” para evitar o Facebook a determinadas horas, ou examinar o que o leva a abrir e consultar as redes sociais de uma forma obsessiva.

Talvez seja só um sinal de que aquele curso online o está a sobrecarregar? Escreva sobre isso, fale com um amigo que pense da mesma maneira e tente encontrar podcasts com pessoas que tenham passado pelo mesmo.

Recursoso livro “Indistractable” de Nir Eyal vem com folhas de exercícios úteis que o ajudam a entender que a origem da distração é o desejo de fugir do desconforto. O livro “The Kindness Method” também é um excelente acréscimo às suas ferramentas de trabalho.

Aborda formas de gestão de comportamentos aditivos e incentiva-o a criar mapas mentais para explorar as questões em causa.

Perfeccionismo

Sintomas – Pode descrever o perfeccionismo como sendo o “pai” da procrastinação, já que é a pressão de concluir tarefas com um elevado nível de qualidade.

Talvez não seja o momento certo para começar a trabalhar naquele e-book porque não consegue passar da primeira frase. Talvez prefira agarrar-se à ideia de, um dia, vir a escrever um e-book, em vez de começar e correr o risco de falhar.

Pessoas que deve seguir – Conheça Sam Laura Brown do “The Perfectionism Project”. Neste podcast, Sam explica de forma clara que o perfeccionismo é uma forma de pensar que pode mesmo impedi-lo de alcançar os seus objetivos. Ao associar a sua autoestima aos resultados, sem sequer se valorizar, não chega sequer a tentar atingir aquilo que queria inicialmente.

Resumindo, é uma forma de evitar o fracasso, vulnerabilidade e vergonha. Os perfeccionistas pensam demasiado, querem agradar a todos e prejudicam-se a si mesmos com os seus padrões elevados. Sam partilha a sua jornada de autoconsciência e explica-lhe qual é a mentalidade que precisa de ter para alcançar os seus objetivos.

Dicas – Uma vez mais, é essencial ser gentil consigo mesmo e aceitar o desconforto que pode vir com o início de uma tarefa difícil.

Também o ajuda a pensar de uma forma lógica: se o seu objetivo é fazer uma publicação no Instagram todos os dias, um artigo de blogue de dez em dez dias e um IGTV de vez em quando, às vezes o “estar feito” já é bom o suficiente. Nem toda a gente consegue esforçar-se todos os dias ao nível de um álbum da Beyoncé.

Valorize-se pelo esforço que dedica e não pelo resultado que obtém. Às vezes é preciso fazer, experimentar e falhar várias vezes até conseguir chegar ao tema que o vai ajudar a passar ao próximo nível.

Outras vezes, dar um passeio e esquecer-se, por uns momentos, de uma publicação complicada também é uma grande ajuda. Não force a sua produtividade, já que isso pode fazê-lo sentir-se pior e ter o efeito contrário. Lembre-se de que todos os passos são importantes.

Recursos – “Hurry Slowly” é um podcast que deve ouvir se precisar de estruturar o seu dia de forma consciente. Jocelyn K. Glei aconselha-lhe uma abordagem lenta para desbloquear a criatividade e clareza.

Mesmo que possa ser difícil lidar com os ambientes e perceções negativas dos média, ou com a pressão de criar conteúdo consistente, nunca se esqueça de que você importa.

A indústria dos influencers permitiu que muitos grupos marginalizados pudessem criar negócios sustentáveis e contar histórias que realmente importam. Estas questões são comuns. Se alguma vez se sentir capaz de partilhar a sua história, pode estar a ajudar alguém na mesma posição.

Dicas rápidas

Faça uma pausa – Se estiver com dificuldades em responder a um e-mail difícil, dê um passeio e afaste-se dessa situação por uns momentos.

Escreva sobre isso – Reflita sobre aquilo que o preocupa naquele momento e sobre o que está realmente a acontecer. Depois, guarde o caderno. Volte a ler o que escreveu uma semana depois e veja se o que sente se alterou ou não.

Fale com alguém chegado – Às vezes é mais fácil reprimirmos os nossos sentimentos mas, se conseguir, tente falar sobre eles com alguém. Caso não consiga, pense no que diria a um amigo que estivesse a passar pelo mesmo, e tente transmitir a si mesmo essa compaixão.

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